Nas esquinas da vida...

"Se o tivesse escrito para procurar o favor do mundo eu teria me ornado de belezas emprestadas ou teria me apresentado com minha melhor pose. Quero que me vejam aqui no meu modo de ser simples, natural e ordinário, sem afetação nem artifício: é a mim mesmo que pinto". (M. de M.)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Doloroso

Não foram duas, nem três e tão pouco quatro. Foram 10 vezes somente este mês.
Que te deixei entrar e dormir mais uma noite comigo.
Sabes dos meus sentimentos por ti. E com isso na mão, brincas.
Remediar o equívoco não é fácil. O coração de um homem é orgulhoso.
E não fujo a regra. Não se faça de rogada. 
Por favor.
Cansei das cenas. Dos choros desmedidos. Dos pedidos para ficar.
Fique. Entre. Coma. Durma. E vá embora.
Como sempre.
Aproveite e leve contigo esse coração bandido e partido.
De nada me servi.
Passei noites fantasiando.
Onde poderias estar.
Com quem.
Fazendo sabe lá o que.
Nem um telefonema para me tranquilizar.
Sentias um estranho prazer a me ver às 6 da manhã abrindo a porta,
Apavorado.
Querendo saber de ti.
Ao invés de brigar. Amor.
Quase sempre suja, gozada, batom borrado.
Levava-te ao banho. Oferecia um copo de café. E a cama.
Não foram dez e nem onze. Foram mil. As vezes que eu pedi para ficares comigo.
Rias. Somente.
E eu baixava a cabeça, mudando de assunto, perguntando como seria seu dia.
Engolindo a seco: teu desprezo, tua miséria.
Quando vias que me perdia. Batia desesperada na porta. Fazendo juras jamais vividas de amor. Quantas noites passei  por esse desassossego? Santo Deus.
Hoje o dia terminou e junto tua sorte.  
Leviana.
Calculista.
Frígida.
Saia!




Barão da Ralé

sábado, 3 de setembro de 2011

Uma redescoberta as avessas!




Estive um bom tempo sem escrever nada.
Não tinha mais aquela inspiração primeira, que me fez produzir histórias picantes na madrugada.
Passei do sexo, morte e sangue ... para a auto falácia e autobiografia.
Não sei dizer, mas parece que não sei mais escrever. Desde quando parei de sentir a dor que me motivava... sim uma espécie de dor inspiradora. Sabe um  aperto no peito? Um frio na barriga? Junto com a solidão da noite? Me coçava toda enquanto não escrevia.
Eram minhas forças motrizes.
Mas voltando, a verdade é que não sei mais escrever. Tudo que escrevo parece não ter importância, valor, sentido.
De catarse criei um relicário de palavras mal organizadas, sem sentido e que não dizem nada com nada! Como dizem por ai.
Busco por histórias como de Zenaide, Valentina (que nem gosto tanto), Pedro (minha obra prima) e Zana. E eu não as copiei de blogs alheiros (risos) como já me perguntaram, eu as criei. Não sei mais fazer assim.
Com certeza, durante o mês de junho foi pior. Estava mal, despedaçada, com pensamentos fragmentados.  Mesmo assim, coloquei tudo ai. Não recebi uma ligação dizendo: “Isto está muito ruim, deleta tudo”. Porque estava mesmo (risos).
Hoje tudo que penso, soa tão repetitivo ou acadêmico demais.
Estou na fase das explicações, preciso explicar constantemente, sinto-me com 5 ou 6 anos, (re)olhando o mundo, aprendendo a cada dia(noite).
Paro para observar as formigas em caminho...
O que a água da chuva leva pela lava...
Uma redescoberta as avessas! Uma espécie de Benjamin Button dos pensamentos. A propósito esse é um bom título.
Mas uma coisa eu sei, sendo bom ou não, fazendo sentido ou não, não consigo parar de escrever... Bom, bom? Eu não sei. Mas é desafiador.

  


Barão da Ralé

Sem nome





Hoje acordei inspirado,
Quem sabe para desarrumar a mala, passar uma vassoura pelo quarto, lavar a xícara..
Colocar as roupas na máquina, escutar o novo cd de jazz que ganhei de aniversário,
Ler os e-mails e ligar para o amigo para desejar feliz aniversário.
Ou ainda ir pagar uma conta. Ler alguns textos da disciplina nova.
Organizar as fontes e buscar alguns livros.
O dia está bom hoje, sem chuva, são 09:59.
Senão, colocar o enfeite novo na estante, organizar as roupas e colocar a toalha no varal.

Penso tudo que posso fazer para esquecer que tenho que arrumar suas coisas e marcar o dia para busca-las...
Arrumar suas roupas, juntar os remédios, meias e sapatos...
E a chinela.
Olhar pela última vez as capas dos discos de Nana...
Seus livros.

Olho em volta, vejo ainda o que preciso arrumar.
São livros, esmaltes, hidratante, cinzeiro, algumas moedas...
Algumas fotografias, algumas lembranças.
Já é tarde. Olho pelo relógio do computador. São 16:59.
Uma pilha de prato, copo e talheres perto da cama... me aguardam.

Mas faço isso amanhã, hoje já é tarde demais.