Nas esquinas da vida...

"Se o tivesse escrito para procurar o favor do mundo eu teria me ornado de belezas emprestadas ou teria me apresentado com minha melhor pose. Quero que me vejam aqui no meu modo de ser simples, natural e ordinário, sem afetação nem artifício: é a mim mesmo que pinto". (M. de M.)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Jaz-Mim


Coração apertado.
Chego a esboçar um choro.
Mas não será o primeiro.
Talvez o último.
Quem sabe?

Busco por explicações,
Desejo de fato ouvi-las.
Preciso até.
Tudo que recebo é o silêncio.

Pior que isso,
A indiferença soada no meu nome.
Um olhar profundo de quem vai deter.
Uma boca seca de quem quer gritar.

Não adianta chorar.
Tento reconhecer meus erros.
Forjar uma culpa.
Pensar nas possibilidades de tudo estar de fato certo.

Mesmo assim, não sei
Parece não haver efeito.
Rocha, pedra dura, meteorito.
Não vejo mais uma fissura se quer.

Foge de mim.
Não quer minha presença.
Parece haver raiva,
medo,
não sei mais o que.

Mas o silêncio impera.
É um reino de trevas.
Dor.
Palavras não ditas.
Ações mal compreendidas.

E assim se vai.
Com um beijo de canto de boca.
Um olhar de aqui jaz...

jaz-mim.





Barão da Ralé