Ele saiu de casa chateado.
Fiquei jogada na cama, ainda sentindo os espasmos do corpo causados pelo amor gostoso que fizemos.
Seminua. Suada. Com um sorriso no rosto.
Não o amava mais. Agora tinha certeza.
***
Essa é uma história de amor de Maria e Claudionor.
Amor, nem tanto. Mas de desencontros, sofrimentos, aventuras e sexo, sim!
Eu amei Claudionor.
Encontramo-nos num bar desses da vida. Ele sozinho, eu em busca de alguém. Aproximei-me, pedi um copo de cerveja. Conversamos por horas e fomos parar num quartinho de quinta categoria na Riachuelo. Desde aquela noite, sempre me deitava com ele. Simplesmente ignorava os demais para dar-lhe preferência.
Com o tempo, pensei amar Claudionor. Larguei o ofício. Virei dona de sua casa. Lavava. Passava. Cozinhava. E ele?
Continuava chegando bêbado. Fedendo a cigarro e sexo de puta.
Ficava transtornada. Levantava-me a mão. Surrava-me na salinha. Deixando-me toda desgrenhada e roxa. Noutro dia levantava como o sol, como se nada tivesse acontecido.
Andava com as putas que um dia foram minhas amigas. Soube que estava de romance com Marieta. Fiquei fula. Levava-a para charlar. Dava-lhe as coisas e dinheiro. E a mim nem um olhar.
Puta da vida fui até o ponto. Desci a porrada na puta. Claro que apanhei. Todas se juntaram contra mim e me surraram. E de relance vi Claudionor, fumando e observando a cena, sem intervir.
Quando na cama nos deitávamos, nosso amor era perfeito. Claudionor sabia como tratar uma mulher. Puxava-me os cabelos, beijando a boca e dizendo que era meu dono. Metia-me com vigor, tapas e mordidas. Deixava-me dolorida e satisfeita.
Fora dela, não valia um centavo.
Dia desses, não aguentei! Fui embora de casa. Retornei pra vida. Queria ter meu dinheiro e meu cantinho. Mudei de ponto. Lá fazia sucesso. Era a morena do Pará. Ganhava bem.
Certa tarde enquanto descansava, Claudionor me encontrou. Estava vistoso, cheiroso e lindo. Não aguentei. Fomos parar na cama.
Mas ao invés dele me dominar, eu tomei de conta. Bati. Mordi. Xinguei. Mandei calar a boca. Puxei seus cabelos e dei-lhe tapas.
Surpreso com minha mudança ousou propor nosso retorno. Claro que disse não. Isso foi o motivo para que ele me procurasse por anos. Nenhuma das vezes neguei meu corpo e nem o prazer.
Mas o amor, jamais lhe dei novamente.
Barão da Ralé
3 comentários:
Adorei teu blog, bonita. Ele simplesmente é um plá na cara da sociedade virtual. Beijos
Anna Linhares.
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Obs: O de "cima" foi excluído porque faltava uma letra na frase. Hahaha.
Oi Anna, fico grata com o elogio rsrsrs!! Voltei sempre ao Barão. Bjos
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