Tempo, tempo, tempo, tempo....
a noite está fria e não colabora com minhas poucas certezas que, juntas lutam para permanecer na liderança da objetividade. O brega de fundo me remete a velhas lembranças de lugares que não frequento mais. O copo vazio sobre a mesa revela meu grau de insensatez e impaciência. O cinzeiro transborda. Hoje não deito cedo. Passarei a noite em claro. Formulando maneiras de justificar minhas escolhas e fazer-me aceitá-las, sem dor e autopiedade. Busco o convencimento de que sou mais que uma pedra de aparar porta. Tenho sangue nas veias, um calor frequente, uma dor latente de existir. Porém, sou castigada pelos próprios prazeres. E sempre preciso que mais uma dose inunde meus vasos sanguíneos e uma tragada invada meus pulmões. Afastando-me momentaneamente da vida real, das pessoas reais, dos medos que são reais e absolutamente atraentes. Confesso que sou escrava de uma vida construída que, não permite erros e meia-volta, vivo presa tendo a mim mesma como carrasca. No fundo, tudo que busco é apagar teus passos. E não conseguir gera em mim uma dolorosa tortura de ter que aguardar pelo tempo, o redentor de tudo que, intencionalmente estará atrasado!
Barão da Ralé
Um comentário:
Também sou castigado por meus próprios prazeres e pela vontade de ter mais prazeres ou da "necessidade" de guardá-los na memória como um primeiro prazer ao qual sempre se retorna.
Postar um comentário