Nas esquinas da vida...

"Se o tivesse escrito para procurar o favor do mundo eu teria me ornado de belezas emprestadas ou teria me apresentado com minha melhor pose. Quero que me vejam aqui no meu modo de ser simples, natural e ordinário, sem afetação nem artifício: é a mim mesmo que pinto". (M. de M.)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Monotemática




Preciso escrever algo senão enlouqueço. Minhas ideias me comem por dentro viva, me fazendo entrar num estado de tristeza e silêncio. Há dias tento escrever um texto, mas não saiu da primeira linha. Monotemática. Isso não é charme de escritora de blog. Da janela do ônibus a ideia vem a cabeça, tão logo ela se vai, sem importância, quem vai querer ler?  De uma música, de um casal que se beija, de uma moça de carnes fartas, de um homem que fuma, de um rapaz sentado na calçada... De todo lugar um fio de ideia tece-se na minha mente. Porém, tão logo, se vai. Ando perturbada, cansada, com medo, esperançosa, com frio, com fome, com raiva, com vontade de chorar, amar e ser amada. E ao mesmo, não desejo nada. Monotemática. Tenho pelo menos três ideias que me renderiam  bons textos. E o que me falta? Monotemática. Em meio a tudo isso, uma questão persiste, “queria gostar de algumas pessoas como elas gostam de mim”  e “as que gosto demais, bem que poderiam gostar de mim como eu gosto delas”. Recapitulando minha falta de ideia, sou consumida vida por elas, que não me deixam dormir e fazem das minhas noites uma vitrine de pesadelos. De palavras simples, as mais rebuscadas, sobre sexo e morte, homossexualidade, sobre o amor, sobre mim. Monotemática. Não há um filão que seja que me faça desabrochar e por para fora o rio que corre dentro de mim. Assim como comecei, termino monotemática.   

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