Preciso escrever algo senão
enlouqueço. Minhas ideias me comem por dentro viva, me fazendo entrar num
estado de tristeza e silêncio. Há dias tento escrever um texto, mas não saiu da
primeira linha. Monotemática. Isso não é charme de escritora de blog. Da janela
do ônibus a ideia vem a cabeça, tão logo ela se vai, sem importância, quem vai
querer ler? De uma música, de um casal
que se beija, de uma moça de carnes fartas, de um homem que fuma, de um rapaz
sentado na calçada... De todo lugar um fio de ideia tece-se na minha mente. Porém,
tão logo, se vai. Ando perturbada, cansada, com medo, esperançosa, com frio,
com fome, com raiva, com vontade de chorar, amar e ser amada. E ao mesmo, não
desejo nada. Monotemática. Tenho pelo menos três ideias que me renderiam bons textos. E o que me falta? Monotemática. Em
meio a tudo isso, uma questão persiste, “queria gostar de algumas pessoas como
elas gostam de mim” e “as que gosto
demais, bem que poderiam gostar de mim como eu gosto delas”. Recapitulando
minha falta de ideia, sou consumida vida por elas, que não me deixam dormir e
fazem das minhas noites uma vitrine de pesadelos. De palavras simples, as mais
rebuscadas, sobre sexo e morte, homossexualidade, sobre o amor, sobre mim. Monotemática.
Não há um filão que seja que me faça desabrochar e por para fora o rio que
corre dentro de mim. Assim como comecei, termino monotemática.
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