Nas esquinas da vida...

"Se o tivesse escrito para procurar o favor do mundo eu teria me ornado de belezas emprestadas ou teria me apresentado com minha melhor pose. Quero que me vejam aqui no meu modo de ser simples, natural e ordinário, sem afetação nem artifício: é a mim mesmo que pinto". (M. de M.)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Am I blue?

[Ela segurou a maçaneta e o olhou pela última vez]
Apenas o silêncio.
Ela não disse mais nada.

Na vida tem dessas coisas. Às vezes somos mal interpretados e não temos a chance de redenção.
Sinto em mim um vazio de lágrimas contidas e palavras não ditas.
Mas o que posso fazer? Se se quis assim.
Sento na sala vazia, observo as poucas fotos que temos e vejo o quanto estou sozinho.
Não tiro sua razão. Errei. Feri.
Mas sinto saudades.  Quero-te de retorno.
Achas mesmo que não gostava de ti?
Sei que meu samba e vícios ti incomodavam, sei também que não fiz nada para evitar.
[Ele sentado na sala, olhando para a foto dela]
Hoje não fumei. Acreditas?

Coloco o disco do Cartola, o amigo que antes me animava hoje me consola.
Ando pela casa despreparado,
não sei onde se guardam os fósforos. 
Procuro uma camisa limpa,
A sandália,
Um copo que seja, tudo sujo.
Ando desgrenhado. Estou menino de rua.
Por onde andarás? O que tens feito?


[Observando a rua pela janela]
Ah mais se tiver com outro, JURO QUE MATO!
Veja o que digo, ando sem juízo.
Meu grande amor me deixou. [Já se conformava]
[Alguém bate a porta]
[Ele levanta cambaleando, sem vida, descabelado, em direção à porta]


Podemos conversar? ela pergunta.

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