Quero escrever algo novo, mas sinto que as melhores coisas a serem escritas já foram ditas. Estou passando por uma profunda crise com meu eu-lírico. Ando sem inspirações!
Me pego sentado num boteco de esquina, com um cigarro pela metade e um toco de lápis rabiscando uma folha de papel qualquer. Mas nela estão apenas riscos. Tenho alguns contos inacabados, mas que não fazem menor sentido.
Por onde me perdi? Em qual esquina da vida?
Cadê a morte, o castigo, a traição, o sangue?
Viajo na perdição dos meus pensamentos, estou angustiado.
Quando penso em algo, ela canta. Não tenho razão para existir.
Já sou Barão sem ser? Vivo na sarjeta da insatisfação.
Ah quanto drama! Isso não é do meu feitio!
Muda Barão! Aceita que mudastes!
Barão e ela costumavam ser um só!
Mas hoje ele não faz parte das decisões dela!
Sente-se traído!
Com razão.
Isso é questão de tempo, a crise passa, ele retorna, reinante e brilhante.
Afinal, artista que é artista deveria saber separar o real do ficcional. Mas não se faz! Ele sabe que ela tem alma de artista...
Ou tinha!
Não me abandone, ele diz a ela.
Ela entra no carro e segue pra estação.
Deixou-me o apartamento, alguns livros e filmes.
Uma garrafa de cachaça e uma carteira de cigarro.
Ele sabe que pode voltar, mas prefere não iludir.
Afinal, ela tem alma solta.
Ele olha a sala, as fotos dela, os copos, os quadros. Não pode permanecer ali, tudo lembra ela.
Bati a porta e vai esperar por ela em outro lugar. Ela vai voltar pra mim!
Ela segue seu caminho, rumo ao norte. E ele permanece onde foi criado.
Mais do que nunca aqui é minha catarse! Não se assuste!
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