Nas esquinas da vida...

"Se o tivesse escrito para procurar o favor do mundo eu teria me ornado de belezas emprestadas ou teria me apresentado com minha melhor pose. Quero que me vejam aqui no meu modo de ser simples, natural e ordinário, sem afetação nem artifício: é a mim mesmo que pinto". (M. de M.)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Manifesto para o amor


Não consigo escrever sobre o amor.
Travo. Minha imaginação se nega.
Não sei por onde começar.
Sou Barão afinal. Sou do mundo.
E no mundo não há coração.
Sou seco, árido.
Sou dengoso e mulherengo.
Sinto aquele friozinho na barriga, a euforia anunciada.
Mas na tela, não sai nada.

Será que não amei?
Será que irei amar?
Afinal, o que é o amor?
AMOR, AMOR, AMOR!
Simplesmente me irrita!
Logo vejo corações e casais apaixonados.
Sim, isso é um manifesto contra o amor.
Que ele não saiba [risos].
Não sou cínico, acharei digno o amor, assim que o conhecer. E se for mulher, melhor ainda.

Hoje mesmo me falavam do amor.
Fiquei curioso. Onde andará?
Por que não me faz uma visita?
Tenho sempre uma dose de pinga e um cigarro, esperando pelas melhores companhias.
Venha amor, não se acanhe não. Sou do mundo, mas tenho um pingo de respeito.
Que lá em casa não me entendam mal.*
Isso é apenas graça.*

Disseram-me dia desses que vagabundo também ama. Então tenho uma chance? – perguntei ao camarada entusiasmado.  
Mas teria de escolher entre a mulata Maria, a morena Ana e a lourinha Joana. Delí-cias. Preocupei.  Ah isso não é pra mim não homem! – ri.
Mais voltando ao amor. Não me julgue mal. Sou da banda de Tomé, só acredito vendo a cor do bicho.
Quando quiser bata na porta. Vou estar em casa. Bora desenrolar um papo.


 * Para o olhar certeiro do pássaro. 

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