Não consigo escrever sobre o amor.
Travo. Minha imaginação se nega.
Não sei por onde começar.
Sou Barão afinal. Sou do mundo.
E no mundo não há coração.
Sou seco, árido.
Sou dengoso e mulherengo.
Sinto aquele friozinho na barriga, a euforia anunciada.
Mas na tela, não sai nada.
Será que não amei?
Será que irei amar?
Afinal, o que é o amor?
AMOR, AMOR, AMOR!
Simplesmente me irrita!
Logo vejo corações e casais apaixonados.
Sim, isso é um manifesto contra o amor.
Que ele não saiba [risos].
Não sou cínico, acharei digno o amor, assim que o conhecer. E se for mulher, melhor ainda.
Hoje mesmo me falavam do amor.
Fiquei curioso. Onde andará?
Por que não me faz uma visita?
Tenho sempre uma dose de pinga e um cigarro, esperando pelas melhores companhias.
Venha amor, não se acanhe não. Sou do mundo, mas tenho um pingo de respeito.
Que lá em casa não me entendam mal.*
Isso é apenas graça.*
Disseram-me dia desses que vagabundo também ama. Então tenho uma chance? – perguntei ao camarada entusiasmado.
Mas teria de escolher entre a mulata Maria, a morena Ana e a lourinha Joana. Delí-cias. Preocupei. Ah isso não é pra mim não homem! – ri.
Mais voltando ao amor. Não me julgue mal. Sou da banda de Tomé, só acredito vendo a cor do bicho.
Quando quiser bata na porta. Vou estar em casa. Bora desenrolar um papo.
* Para o olhar certeiro do pássaro.
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