Ela
tinhas as unhas e a boca pintadas de vermelho vinho.
Embaralhava cartas no balcão do bar.
Usava um tubinho preto e saltos finos.
Cabelos presos e negros.
Olhos contornados por lápis preto.
Parecia não enxergar um palmo a sua frente. Era indiferente com todos naquele recinto sujo. Sabia que todos a olhavam, buscando responder uma única pergunta. Quem era aquela mulher misteriosa?
Do outro lado do bar estava um homem.
Usava calças marrons e blusa de linho rosa.
Olhava no relógio com frequência e fumava cigarro importado.
Parecia esperar por alguém.
Apesar de estranho, não chamava mais atenção do que aquela linda mulher. Ela também parecia esperar por alguém. Mas ao contrário do homem, ela não tinha pressa. Apenas aguardava o momento. Enquanto isso, o bar enchia de clientes e prostitutas em busca do “ganha pão”. Por volta de 10 horas o homem de calças marrons fora embora e a mulher de tubinho preto permaneceu.
Mas não por muito tempo, até a chegada de um homem, boa pinta, com ar fanfarrão e exibido. Sua arrogância e confiança eram enormes que ele nem notou a mulher sentada no bar. Agora não mais embaralhava as cartas e dava total atenção àquela figura. Assim que ele sentou-se no bar e fez seu pedido. Ela organizou as cartas e colocou-as no balcão.
Tirou de entre as pernas, uma arma e se aproximou do homem.
Atirando diretamente na cabeça do sujeito sem pestanejar.
Todos ficaram assustados e uma gritaria tomou conta do lugar.
Ninguém sabia exatamente o que tinha acontecido.
Entre as pessoas correndo, vi a mulher assoprar no cano do revolver e cutucar com o pé o corpo do infeliz, como se tivesse certificando-se do seu estado de morte.
Após isso, saiu tranquilamente - aparentando feliz - do recinto.
Não sendo mais vista.
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