Sorria.
Caminhava no rumo de casa.
Estava sozinho.
Madrugada cantava.
As prostitutas da esquina tinham encerrado expediente.
Tropeçava pela calçada.
Não sabia das horas.
Lembrava pouco daquela noite.
O caminho era cada vez mais escuro.
“não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar”
Isso era verdade.
Um maço amassado de cigarro no bolso da camisa.
Tinha o último. O da misericórdia.
Quando traguei. Senti me invadir um amargor.
Ao invés da escuridão, vi um clarão.
Estava cego, doido ou somente porre demais?
Um sentimento de angustia me tomava.
Com o braço sob o rosto. Tentei ver o que vinha.
Apenas escutei a buzina do caminhão e o clarão invadir minha’lma.
Tomado por uma força, fui jogado em direção à mureta.
Não sentia meu corpo. Estava morto, pensei.
Levantei e vi meu “casco” no chão, ensanguentado e quebrado.
O maço de cigarro estava caído ao lado.
O apanhei e para minha alegria, não tinha visto bem.
Restava mais um [O do recomeço].
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