Nas esquinas da vida...

"Se o tivesse escrito para procurar o favor do mundo eu teria me ornado de belezas emprestadas ou teria me apresentado com minha melhor pose. Quero que me vejam aqui no meu modo de ser simples, natural e ordinário, sem afetação nem artifício: é a mim mesmo que pinto". (M. de M.)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Noites na vida...



Sorria.

Caminhava no rumo de casa.

Estava sozinho.

Madrugada cantava.

As prostitutas da esquina tinham encerrado expediente.

Tropeçava pela calçada.

Não sabia das horas.

Lembrava pouco daquela noite.

O caminho era cada vez mais escuro.

“não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar”

Isso era verdade.

Um maço amassado de cigarro no bolso da camisa.

Tinha o último. O da misericórdia.

Quando traguei. Senti me invadir um amargor.

Ao invés da escuridão, vi um clarão.

Estava cego, doido ou somente porre demais?

Um sentimento de angustia me tomava.

Com o braço sob o rosto. Tentei ver o que vinha.

Apenas escutei a buzina do caminhão e o clarão invadir minha’lma.

Tomado por uma força, fui jogado em direção à mureta.

Não sentia meu corpo. Estava morto, pensei.

Levantei e vi meu “casco” no chão, ensanguentado e quebrado.

O maço de cigarro estava caído ao lado.

O apanhei e para minha alegria, não tinha visto bem.

Restava mais um [O do recomeço].
  

Nenhum comentário: