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[Os Amantes de René Magritte, 1928] |
Acordei cedo. Olhei pela janela, lá fora a chuva caia fininha.
Estava sozinho.
Mais uma vez.
Na mesa um bilhete que dizia:
“Cliente novo. Te amo. Soninha”.
Levantei-me. Fui até a cozinha procurar por café. A sala estava bagunçada, desde a noite passada, do nosso amor frenético.
Catei as revistas, os porta-retratos e as chaves.
Arrumei-me. Fui trabalhar.
Lá encontrei Raul, Fernando e João.
Animados. Tinham passado a madrugada na farra. Escutei quando Fernando disse “aquela puta tinha um rabão, não tive pena”. João continuava “foda cara, meu pau tá doendo, mas gostei de ver, ela aguentou tudinho”. E Raul completou “égua, ela engoliu toda minha gala”. As gargalhadas continuavam.
Não queria nem imaginar de quem falavam. Mas isso não me impediu de encontrar com eles. “Porra Arthur, perdeste a madrugada de ontem, pegamos uma puta muito firme” disse João. Os cumprimentei com a cabeça e antes que tivesse que me manifestar, a secretária me avisou que o chefe esperava por mim. “Ufa” pensei aliviado.
No dia seguinte. Eram outros que falavam da tal puta. E durante a semana o falatório entre os homens só aumentava. Não tinha coragem de perguntar pra Sônia se era ela que andava fazendo hora extra com aqueles filhos da puta.
Ela é tão linda. Cabe direitinho no meu peito. Suas mãos acariciam meu rosto, meu nariz, minha boca e descansam no meu peito. Fazemos amor. Em cabelo em desalinho, ela sorri e geme baixinho. Pra mim é o suficiente. Pra ela não.
Na sexta-feira decidi conhecer a tal puta que todos comentavam. Estava com o coração na mão. Partimos pra um motel qualquer. Íamos no carro de Fernando. Todos estavam eufóricos.
Quando vi aquela mulher de costas – a meia luz – que iniciava uma dança sensual na cama fiquei aliviado. Não se tratava de Sônia. Era loura. Ela dançava e rebolava. Só de fio dental. Os rapazes estavam loucos. No cio. Gritavam. Deflagravam tapas na moça e diziam obscenidades.
Minha tranquilidade durou pouco. Ela virou de frente. E paralisou assustada a me ver na plateia. Virei pedra. Os rapazes gritavam insanos. Eu apenas fiz um sinal de que ela deveria continuar.
Raul foi o primeiro a tirar o pau das calças e puxar a garota com violência para chupá-lo. Ela olhava-me nos olhos. Rapidamente veio Fernando oferecendo-a seu pau também. Ela chupava com agilidade sem tirar os olhos de mim. João sem entrar na disputa, penetrou-lhe o cu. Os quatro fodiam feito animais. A moça era surrada por picas. Sem reclamar. E eu chorei.
Numa dessas, João puxa o cabelo da puta, retirando-lhe a peruca que usava. Tive certeza que se tratava de Sônia. As lágrimas rolavam meu rosto e os dela também. Agora os rapazes se revessavam. Fernando deitado penetrando-lhe a buceta e Raul o cu. João fodia a boca, engasgando minha puta.
Ela me chamou. Pediu-me para fode-la como a puta que era ali. Os rapazes viram que eu chorava. Mesmo assim estava de pau duro. Não tive dó algum: mordi, bati, xinguei e chorei. Fodia com ódio e amor que tinha por ela.
Lambuzei-a com meu gozo na cara.
Sem dizer nada a alguém, sai do motel transtornado. Sentei num boteco na praça. Pedi uma dose de rum. Depois fui pra casa.
Ela estava lá. Tinha feito o jantar. Esperava por mim. Beijei sua boca. E sentamos para comer.
Mais um dia chegava ao fim, para nós dois.
2 comentários:
Fodástico. Absolutamente fodástico.
Valeu =)
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